Antonio Duarte acrescenta que se almeja um consórcio
com o Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Escola para tratar
das condições ambientais da região (qualidade da água e do solo). Essa
possibilidade de parceria é para garantir o lançamento, de forma
eficiente, do esgoto sanitário tratado com potencial de contaminação reduzido.
De acordo com o pesquisador, a Marinha também tem interesse na parceria, a
fim de obter o selo ISO 9014. Para tanto, precisa fazer o controle
ambiental e garantir condições sanitárias para a população residente e
transitória da Marambaia, composta por civis e militares nacionais e
estrangeiros que treinam no local.
A terceira fase do projeto refere-se à pesquisa da
aluna de doutorado em Saúde Pública Rafaela Alonso Coimbra, que identificou 18
cães na região com leishmaniose visceral, a forma mais perigosa e letal da
doença, até mesmo para o homem. Para isso, os pesquisadores buscaram parceria
com o setor de zoonoses do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas, sob
responsabilidade de Fabiano Borges Figuereido, que tem colaborado
ativamente. Foram realizadas a coleta de sangue dos animais, a sorologia e o
teste rápido DPP Leishmaniose Canina de Bio-Manguinhos. Com o
resultado, os cães foram isolados. A nova fase do projeto prevê a
colocação de coleiras com deltametrina, substância que é utilizada contra
pulgas e carrapatos e reduz o risco de picada dos vetores da leishmaniose.
Ação adicional da nova fase é a aplicação das vacinas básicas
recomendadas.
Outra parte do projeto
é o projeto de tese da aluna Thais Leal: o mapeamento
de busca de potenciais criadouros de vetores das leishmanioses,
já que são poucas as informações disponíveis até o momento. Serão
colocadas armadilhas em locais com matéria orgânica vegetal e animal em
diferentes substratos do solo da Ilha de Marambaia. Segundo Marcos de Souza,
essa experiência é bem facilitada na Restinga de Marambaia, área de diversidade
preservada e segura para alunos e pesquisadores para trabalharem à noite,
período ideal para coleta de material.
A Restinga de Marambaia é administrada pelo
Exército, Aeronáutica e Marinha, com cerca de 79 quilômetros quadrados,
que compreendem a restinga e ailha. A região possui uma reserva ecológica
e é utilizada para exercícios militares e experimentos de
armamentos. Na ilha, além do efetivo militar, há cinco principais
povoados de pescadores, com cerca de 250 famílias, que permanecem fixas,
com pouca flutuação, e sem a expansão de imóveis, possibilitando
maior controle amostral.
Marcos Barbosa de Souza também ressaltou o contato
com pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
que atuam na região há mais de 15 anos, por meio de diversos estudos, e
possibilitaram a realização do projeto da ENSP.
Fonte: ensp.fiocruz
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