Cientistas americanos do Instituto de Pesquisa de Malária, da Universidade Johns Hopkins, no estado de Maryland,
desenvolveram uma pesquisa bem sucedida utilizando uma bactéria transgênica
para interromper a cadeia de transmissão da Malária. Publicado neste mês na
revista Proceedings of the National
Academy of Sciences (PNAS), o estudo aponta para uma nova
perspectiva no combate à doença nas próximas décadas.
No estudo, a alteração em alguns genes da
bactéria Pantoea agglomerans,
encontrada no intestino de mosquitos do gênero Anopheles (transmissor da Malária), fez com que esta
passasse a secretar uma substância tóxica ao parasitaPlasmodium falciparum e Plasmodium berghei,
um dos principais causadores da doença em homens e em roedores,
respectivamente. Segundo os autores, o índice de redução de parasitas no
mosquito alcançou a taxa de 98%, diminuindo a prevalência de mosquitos
portadores desses protozoários em até 84%.
Embora a toxina
produzida pelo mosquito não seja eficaz contra todos os representantes do
gênero Plasmodium capazes de desencadear a doença em
humanos, esta tem como alvo principal o Plasmodium falciparum.
De fato, esta espécie tem sido descrita nas formas mais graves da doença,
respondendo por 80% de todas as infecções e 90% das mortes, segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS).
Complementando, a OMS estima que mais de 500 milhões de
pessoas sejam atingidas pela Malária a cada ano. Destes, mais de um milhão de
doentes sucumbem, sendo 80% das mortes registradas na África, sobretudo, na
Região Subsaariana. No Brasil, 98% dos casos ocorrem na Região Amazônica.
Embora diversos estudos voltados para a criação de uma
vacina estejam sendo desenvolvidos, ainda não se dispõe de um produto
reconhecidamente eficaz para prevenção da doença. As dificuldades de criação de
uma vacina são decorrentes da complexidade do próprio ciclo biológico do
parasito, onde o mesmo assume formas morfológicas diversas no organismo
hospedeiro. Logo, o emprego de organismos geneticamente modificados, no caso
bactérias simbióticas, surge como uma ferramenta poderosa e promissora para a
prevenção e controle da doença.
Atenção: o resumo do
trabalho está disponível na página da revista:
Proceedings of the National Academy of
Sciences (PNAS), o qual pode ser
obtido acessando o link:
Fonte: CIEVS RIO
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