As medidas de combate ao Aedes
aegypti devem ser reforçadas nas férias e festas de fim de ano,
período marcado por chuvas em muitos estados do país e com maior circulação de
pessoas. Para reforçar a importância de eliminar os focos do mosquito, o
Ministério da Saúde recomenda aos viajantes que, antes de saírem de suas casas,
façam uma vistoria para eliminar os recipientes que possam acumular água parada
e servir como criadouro do mosquito.
“Se hoje não temos uma vacina para o
Zika, Chikungunya ou Dengue, ou alguma tecnologia inovadora pronta para ser
utilizada imediatamente, a ação mais efetiva é eliminar os focos do
mosquito Aedes aegypti. Por isso, é importante fazer um grande
apelo à sociedade: antes de sair de férias, descarte corretamente latas,
garrafas, embalagens de presentes, todo e qualquer recipiente que possa
acumular água parada. Casa vazia não pode servir de criadouro do mosquito.
Dessa maneira, com a ajuda de governos federal, municipal e toda a população,
vamos fazer uma grande mobilização nacional para combater o mosquito”, reforçou
o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi.
O ciclo de reprodução do mosquito, do
ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo em uma viagem
curta, é preciso estar atento. Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de
planta na varanda do apartamento, após uma chuva, podem facilmente se tornar um
foco do mosquito e afetar toda a vizinhança. É importante verificar se a caixa
d’água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e em lugares
cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras
pequenas ações que podem evitar o nascimento do mosquito.
Os ovos do mosquito podem ficar aderidos
às laterais internas e externas dos recipientes por até um ano sem água. Se
durante este período os ovos entrarem em contato com água, o ciclo evolutivo
recomeça e, consequentemente, a transmissão. Por isso, é necessário lavar os
recipientes com água e sabão, utilizando uma bucha. Não importa se você mora em
casa ou apartamento, o mosquito Aedes aegypti pode encontrar
um recipiente com água parada para depositar os ovos e se reproduzir. São
suficientes 15 minutos por semana para fazer a vistoria em toda casa e eliminar
todos os possíveis focos do mosquito.
O secretário de Atenção à Saúde,
Alberto Beltrame, reforçou a importância da manutenção das doações de sangue,
especialmente para a permanência dos estoques de todo o País, em particular no
período de férias, quando há maior demanda por transfusões. O secretário também
destacou as recomendações para triagem clínica dos possíveis doadores nos
hemocentros, com a intensificação das perguntas sobre a ocorrência de doenças
recentes e sintomas que possam indicar infecção, inclusive pelo vírus Zika.
O Ministério da Saúde, além do reforço
do questionário, orienta ainda que os doadores não deixam de informar, até sete
dias depois, de ocorrência de sintomas que possam indicar alguma doença para a
busca ativa de informações clínicas e laboratoriais de possíveis receptores. “O
Ministério da Saúde está agindo preventivamente, reforçando as orientações aos
hemocentros e pedindo para a população continuar com as doações de sangue,
principalmente nessa época do ano quando ocorre uma tendência de queda nas
doações”, ressaltou Beltrame.
Agente Comunitário
As ações de combate aos criadouros do
mosquito Aedes aegypti e o cuidado com os criadouros do
mosquito ganham, em todo o país, o reforço de mais de 266 mil agentes comunitários
de saúde. Os profissionais se juntam aos 43.920 agentes de combate às endemias
que já realizam o serviço junto à comunidade. A portaria com a inclusão das
novas atribuições foi publicada no Diário Oficial da União desta semana.
A medida intensifica as ações
relacionadas a vigilância à saúde das equipes de atenção básica prevista na
Política Nacional de Atenção Básica. A portaria prevê o esforço das equipes de
saúde em trabalhar a educação em saúde na população, além de mobilizar a
participação da comunidade no controle social. Entre as ações, estão visitas
domiciliares para verificar situações de risco para a dengue, malária,
leishmaniose e outras doenças.
Microcefalia
Nesta terça-feira (22), o Ministério da
Saúde atualizou os dados de microcefalia relacionados à infecção pelo vírus
Zika. De acordo com o novo Boletim Epidemiológico, foram notificados 2.782
casos suspeitos da doença e 40 óbitos, até 19 de dezembro. Esses casos estão
distribuídos em 618 municípios de 20 Unidades da Federação.
A investigação dos casos de
microcefalia relacionados ao vírus Zika é feito em conjunto com gestores de
Saúde de estados e municípios. Equipes técnicas de investigação de campo do
ministério da Saúde estão trabalhando nos estados de Pernambuco, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará. Atualmente, a circulação do Zika é confirmada
por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da
confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos
clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.
O Ministério da Saúde capacitou mais 11
laboratórios públicos para realizar o diagnóstico de Zika. Contando com as
cinco unidades referência no Brasil para este tipo de exame, já são 16 centros
com o conhecimento para fazer o teste. Nos dois próximos meses, a tecnologia
será transferida para mais 11 laboratórios, somando 27 unidades preparadas para
analisar 400 amostras por mês de casos suspeitos de Zika em todo o país.
Mobilização nacional
Para a execução das ações do Plano
Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, foi instalada a Sala Nacional de
Coordenação e Controle para o Enfrentamento à microcefalia. O objetivo é
intensificar as ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes
aegypti. Também serão instaladas salas estaduais, que contarão com a
presença de representantes do Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde,
Educação, Segurança Pública, Assistência Social, Defesa Civil e Forças Armadas.
Atualmente, estão implantadas salas em
18 unidades da federação: Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba,
Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Rio Grande do Sul, Distrito
Federal, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro,
Sergipe e Ceará. Outros quatro estados estão em fase de implantação da sala:
Pará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo. Os demais serão orientados
pelo Ministério da Saúde para a implantação das salas.
Larvicidas
O Ministério da Saúde enviou, este mês,
larvicida aos estados do Nordeste e Sudeste, o suficiente para tratar um volume
de água equivalente a 3.560 piscinas olímpicas. São mais 17,9 toneladas do
produto utilizado para eliminar as larvas do mosquito Aedes aegypti. O
quantitativo é suficiente para proteger 8,9 bilhões de litros de água e
corresponde à demanda apresentada pelas próprias Secretarias Estaduais de
Saúde, levando em consideração a situação epidemiológica local e o histórico de
consumo.
Em 2015, no total foram enviadas 114,4
toneladas de larvicida para todo o país, quantidade suficiente para o
tratamento de 57,2 bilhões de litros de água. Para o próximo ano, o
Ministério da Saúde já adquiriu mais 100 toneladas do produto, que deverá
garantir o abastecimento até junho de 2016, um investimento na ordem de R$ 10
milhões.
Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/
Acesso em 28/12/15, divulgação em
22/12/15.
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