Agência Fiocruz de Notícias:
Nas
últimas semanas, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) concedeu ao
Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) o direito de
fornecer o antimalárico Artesunato+Mefloquina (ASMQ) aos estados-membros do
Fundo Estratégico da instituição. A ação beneficiará diversos países
latino-americanos que sofrem com a doença, já que o número de medicamentos
produzido atualmente não é capaz de satisfazer toda a demanda da região das
Américas.
Iniciativas como essa são de extrema importância para a
luta contra a doença, que, desde 2007, é intensificada anualmente no Dia
Mundial de Combate à Malária (25/4). Na data, pesquisadores da Fiocruz
participarão de palestras sobre a malária em seminário realizado pelo Conselho
Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), por meio de sua
Câmara Técnica de Doenças Infecciosas e Parasitárias e Controle de Infecção
Hospitalar. Tania Chaves e Otília Lupi, ambas do Instituto de Pesquisa Clínica
Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), e Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro, do Instituto
Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), debaterão prevenção, tratamento e diagnóstico da
doença.
Em 2013, a Fiocruz apoia e chama atenção para a
campanha realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a luta contra a
doença. Com o slogan Invista no
futuro: combata a malária, a OMS destaca dados preocupantes sobre a
enfermidade: apesar do número de mortes ter diminuído significativamente desde
2000, em todo o mundo, uma criança morre pela doença a cada minuto. Estima-se
que, em 2010, foram notificados mais de 219 milhões de casos. A malária ainda é
considerada endêmica em 104 países. A África é o continente mais afetado,
concentrando 90% das mortes. A campanha da OMS também atenta para o fato de que
é necessário um esforço maior nos próximos três anos para que sejam atingidos
os Objetivos do Milênio no que se trata de eliminar a malária no futuro. Saiba
mais sobre a doença AQUI e veja como é possível participar da causa AQUI.
No que se refere ao Brasil, este mês o Ministério da
Saúde (MS) divulgou um boletim sobre a situação epidemiológica da malária no
país. Os dados indicaram que, na última década, a rede de diagnóstico de
malária realizou mais de 2 milhões de exames ao ano. Em 2011, 99,7% dos casos
de transmissão da doença se concentraram na Região Amazônica, considerada uma
área endêmica no país, estando a maior parte dos casos notificados nos estados
do Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Amapá e Roraima. “Por ser a doença de maior
magnitude da região, a malária, de certa forma, tem contribuído para a melhoria
dos serviços de saúde com a ampliação do atendimento a seus portadores e,
consequentemente, maior atenção a pacientes de outras doenças. A partir de
2000, o Ministério da Saúde desencadeou o processo de descentralização das
ações de vigilância em saúde.
Esse processo vem se efetivando anualmente, com o
fortalecimento da estrutura dos serviços de saúde e da capacidade de gestão dos
estados e municípios”, aponta o boletim. Um dos principais objetivos do
Programa Nacional de Controle da Malária tem sido acabar com o número de mortes
pela doença. No ano de 2011, foram registrados no Sistema de Informações sobre
Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM) 69 óbitos por malária, representando
uma redução de 71,8% em relação a 2000 (245 óbitos), e de 9,2% quando comparado
com 2010 (76 óbitos).
Prevenção
A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários
do gêneroPlasmodium, transmitida por vetores, ou seja, pela picada da fêmea do
mosquito do gênero Anopheles. Caso não seja tratada de forma adequada e
rápida, a malária humana pode se tornar grave e acarretar em morte. Os
principais sintomas são dores de cabeça e no corpo, fraqueza, febre alta,
calafrios e, ainda, dor abdominal. Podem ocorrer, também, dores nas costas,
tontura, além de náuseas e vômitos. Crianças, gestantes e pessoas infectadas
pela primeira vez estão sujeitas a uma maior gravidade.
Ainda não há vacina eficaz contra a doença. Dentre as
ações de prevenção recomendadas pelo Ministério da Saúde estão a drenagem de
áreas alagadas; pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do
vetor (causador da transmissão); obras de aterro; limpeza das margens dos
criadouros; modificação do fluxo da água; controle da vegetação aquática;
melhoramento da moradia e das condições de trabalho da população e, ainda, o
uso racional da terra. O MS também indica a adoção de medidas de proteção individual
contra picadas de insetos, principalmente nas áreas de risco. São elas: o uso
de mosquiteiro impregnado com inseticida; o uso de telas nas portas e janelas;
o uso de repelente e evitar locais de banho em horários de maior atividade do
mosquito - manhã e final da tarde.
Por: Renata Moehlecke/ Agência Fiocruz de Notícias
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