Mais da metade dos criadouros do Aedes aegypti na cidade do Rio de
Janeiro está concentrado em ambiente doméstico, em depósitos como o pratinho do
vaso de planta; caixas d’água, cisternas ou tambores usados como reservatórios
de água; piscinas não tratadas; fontes ornamentais; calhas, lajes e toldos;
bebedouros de animais, entre outros. Foi o que revelou o segundo LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do
Aedes aegypti) realizado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
(SMS) este ano.
Os dados, coletados no período de 10 a
16 de março, mostram a média de 2,0% de infestação em todo o município, o que
significa que a cada 1.000 imóveis vistoriados pelos agentes de vigilância em
saúde, em 20 foram encontrados criadouros do mosquito transmissor da dengue.
O índice médio da cidade é o segundo
menor para o mês de março desde 2009, quando foram registrados 4% de imóveis
com focos do Aedes aegypti. Em 2010, foram 2,8% de imóveis com focos do Aedes
aegypti; 3,4% em 2011; e 1,5% na apuração feita em março do ano passado. Já no
primeiro LIRAa de 2013, realizado entre os dias 6 e 12 de janeiro, a média da
presença de focos no município foi de 1,7%. Para a atual edição do levantamento
foram vistoriados 122,5 mil imóveis em todo o Rio de Janeiro.
De acordo com o LIRAa, 24,6% dos principais focos do mosquito
poderiam ser facilmente evitados, pois estavam em locais como piscinas não
tratadas, fontes ornamentais, cacos de vidro em muros, tanques em obras,
borracharias e hortas, calhas, lajes e toldos em desníveis, ralos, sanitários
em desuso e vasos em cemitério. Em segundo lugar persiste um vilão já bem
conhecido do carioca, o pratinho do vaso de plantas: 21,9% dos focos estavam em materiais deste tipo e também em outros
objetos em frascos com água, pratos, garrafas, pingadeira, recipientes de
degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais. Outros
20,4% estavam em reservatórios de água, como tonéis, tambores, filtros,
cisternas, caixa d'água, etc. Os dados
apontam a necessidade de a população continuar vistoriando sua própria
residência para combater a dengue.
Dentre as regiões da cidade, a de
Madureira e adjacências (Área de Planejamento 3.3) é a que apresenta o maior
índice de infestação na cidade: 2,9% dos imóveis vistoriados. As demais regiões
da cidade com maiores concentrações de criadouros são Grande Méier (AP 3.2),
com 2,6%; Subúrbio da Leopoldina (AP 3.1) e Campo Grande (AP 5.2), ambas com
2,0%; Centro (AP 1.0) e Barra e Jacarepaguá (AP 4.0), cada uma com 1,8% de
presença de focos do mosquito. A Área de Planejamento 2.2 (Grande Tijuca)
registrou 1,7%; a 5.1 (Bangu, Realengo), 1,5%; a 5.3 (Santa Cruz, Sepetiba,
Paciência), 1,4%; e a 2.1 (Zona Sul), 1,3%.
Atenta às ações de combate à dengue, a
SMS já realizou este ano cerca de 1,5 milhão de visitas de inspeção a imóveis,
eliminando 218.540 criadouros do mosquito. Ao todo, 607.882 depósitos foram
tratados. Quatorze entradas compulsórias em imóveis abandonados já foram
realizadas este ano, de um total de 274 desde 2011, quando foi publicado o
decreto nº 34.377, autorizando o ingresso de agentes de saúde em locais
fechados. Além das visitas de inspeção feitas pelos agentes de vigilância em
saúde, as atividades de controle vetorial são desenvolvidas periodicamente em
440 pontos estratégicos (cemitérios, estádios, ferros velhos).
Também são realizados atendimentos
especiais em locais específicos e em resposta às solicitações feitas pelo 1746.
Do total de 53.465 chamadas relacionadas ao mosquito recebidas pela central
telefônica entre 2012 e 2013, quase a totalidade (98,3%) foi atendida e
finalizada. A Secretaria realiza ainda mutirões de serviços contra a doença e
atividades educativas e de prevenção.
Até o momento, na 12ª semana
epidemiológica do ano (até o dia 23 de março), o município registrou 16.676
casos suspeitos de dengue, o que representa 44,1% dos casos notificados no
mesmo período de 2012, sendo que a maior concentração, 2.438 casos, foi
observada na Zona Sul da cidade (AP 2.1). Bangu e Realengo (AP 5.1) tiveram o
segundo maior número de notificações, 2.163; seguida do Subúrbio da Leopoldina
(AP 3.1), com 1.939 casos da doença. Nas 12 primeiras semanas do ano passado já
haviam sido registrados 37.808 casos da doença, totalizando ao final do ano
134.350.
A metodologia do LIRAa divide os municípios
em grupos de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes. Em cada
grupo, também chamado estrato, são pesquisados 450 imóveis.
Fonte: http://www.rio.rj.gov.br (divulgação 26/03, acesso em 28/03)
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