Durante o verão, aumentam as
preocupações com as doenças de pele, especialmente com aquelas decorrentes da
exposição excessiva ao sol, como o câncer de pele. Para alertar a população, a
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) desenvolveu o Consenso Brasileiro de Fotoproteção, primeiro documento
oficial sobre o assunto no Brasil.
Os objetivos da publicação e
dicas sobre os cuidados com a pele no verão são o tema da entrevista concedida
ao Informe Ensp pela coordenadora do Serviço de Dermatologia Ocupacial da Ensp,
Maria das Graças Mota Melo, que também integra a coordenação do Departamento de
Alergia e Imunologia da SBD-RJ. A especialista explica a forma mais eficaz de
passar o protetor solar.
Informe
ENSP: A Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou uma
série de recomendações sobre fotoproteção. O que motivou a iniciativa? Quais
são as suas principais recomendações?
Maria das Graças Mota Melo: A alta incidência de câncer de pele fez com que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) se preocupasse com essa questão e, em 1999, foi criado o Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele. O Consenso é mais uma medida visando melhor esclarecimento e abordagem do problema. Ele representa o pensamento oficial da SBD sobre questões envolvendo a fotoproteção no Brasil, ou seja, considerando as características climáticas do país e da miscigenação da população brasileira. As principais recomendações do consenso são sobre: radiação solar e seus efeitos na pele; medidas fotoprotetoras; orientações sobre fotoproteção e vitamina D.
Informe ENSP: Quais são os principais cuidados que a população deve ter com a pele no verão? (Qual o horário recomendado para evitar a exposição ao sol?) Crianças e idosos são mais vulneráveis à exposição solar?
Maria das Graças Mota Melo: A alta incidência de câncer de pele fez com que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) se preocupasse com essa questão e, em 1999, foi criado o Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele. O Consenso é mais uma medida visando melhor esclarecimento e abordagem do problema. Ele representa o pensamento oficial da SBD sobre questões envolvendo a fotoproteção no Brasil, ou seja, considerando as características climáticas do país e da miscigenação da população brasileira. As principais recomendações do consenso são sobre: radiação solar e seus efeitos na pele; medidas fotoprotetoras; orientações sobre fotoproteção e vitamina D.
Informe ENSP: Quais são os principais cuidados que a população deve ter com a pele no verão? (Qual o horário recomendado para evitar a exposição ao sol?) Crianças e idosos são mais vulneráveis à exposição solar?
Maria
das Graças Mota Melo: No verão, a pele deve ser protegida através de
medidas como: evitar exposição solar prolongada, utilização de protetor solar e
de fotoproteção mecânica (roupas, chapéus, óculos de sol, coberturas naturais
ou artificiais). Deve ser estimulado o uso do maior número possível de
estratégias para fotoproteção, uma vez que não há uma medida isolada que
garanta a proteção ideal. O horário recomendado para evitar exposição
solar é entre 10 e 15 horas, no horário normal. Recomendações mais restritivas
foram feitas para o Nordeste, devendo ser iniciada às 9 horas e, no
Centro-Oeste ou nos estados com horário de verão, devendo ser estendida até as
16 horas. As crianças e idosos são mais vulneráveis aos danos solares. As
queimaduras solares, na infância propiciam o desenvolvimento de melanoma na
idade adulta. O consenso da SBD faz recomendações sobre proteção solar na
infância.
Informe ENSP: Há diferenças entre protetor, bloqueador e filtro solar? Como informar a população sobre o produto mais adequado para uso?
Maria das Graças Mota Melo: São denominados fotoprotetores tópicos, protetores solares ou filtros solares, os produtos utilizados na pele íntegra com a finalidade de interferir nos efeitos danosos da radiação solar incidente na pele. Quanto à formulação, os filtros ultravioleta são as substâncias ativas físicas (inorgânicas) que atuam por mecanismos de reflexão da radiação na pele ou são as substâncias químicas (orgânicas) que agem absorvendo a radiação, que incide na pele. A maioria dos protetores solares existentes combina, em suas formulações, filtros orgânicos e inorgânicos com o objetivo de atingir o nível de eficácia esperado (FPS e proteção UVA) e a cobertura mais uniforme dentro das faixas UVA e UVB. O termo “bloqueador solar” foi abolido por dar a falsa impressão de proteção total, podendo levar o usuário a falsa sensação de segurança absoluta. Na escolha do produto mais adequado para uso, algumas orientações são importantes:
- o Fator de Proteção Solar (FPS) mínimo recomendado pela SBD é 30. Em determinadas situações (maior sensibilidade ao sol, antecedentes pessoais ou familiares de câncer de pele, fotodermatoses, tratamento cosmiátrico, maior exposição à radiação solar no lazer ou trabalho), recomenda-se que produtos com níveis mais altos de FPS devem ser adotados.
-Protetores com FPS menores que 30 poderão ser indicados em situações e populações especiais como pacientes de pele étnica.
- A SBD recomenda o uso de filtros solares com proteção UVA, apresentando FP-UVA com no mínimo 1/3 do valor de FPS e comprimento de onda crítico igual ou maior que 370 nm. Verificar no rótulo frases como “Proteção UVA” ou “Proteção de amplo espectro”
- Produtos com resistência ou muita resistência à água devem ser utilizados em atividades ao ar livre e por banhistas
- A forma correta de uso também é fundamental. A primeira aplicação do produto deve ser feita com no mínimo 15 minutos antes da exposição, de preferência sem roupa ou com a menor quantidade possível. Duas formas de aplicação foram recomendadas: aplicação em duas camadas ou a utilização da regra da colher de chá.
Informe ENSP: Há diferenças entre protetor, bloqueador e filtro solar? Como informar a população sobre o produto mais adequado para uso?
Maria das Graças Mota Melo: São denominados fotoprotetores tópicos, protetores solares ou filtros solares, os produtos utilizados na pele íntegra com a finalidade de interferir nos efeitos danosos da radiação solar incidente na pele. Quanto à formulação, os filtros ultravioleta são as substâncias ativas físicas (inorgânicas) que atuam por mecanismos de reflexão da radiação na pele ou são as substâncias químicas (orgânicas) que agem absorvendo a radiação, que incide na pele. A maioria dos protetores solares existentes combina, em suas formulações, filtros orgânicos e inorgânicos com o objetivo de atingir o nível de eficácia esperado (FPS e proteção UVA) e a cobertura mais uniforme dentro das faixas UVA e UVB. O termo “bloqueador solar” foi abolido por dar a falsa impressão de proteção total, podendo levar o usuário a falsa sensação de segurança absoluta. Na escolha do produto mais adequado para uso, algumas orientações são importantes:
- o Fator de Proteção Solar (FPS) mínimo recomendado pela SBD é 30. Em determinadas situações (maior sensibilidade ao sol, antecedentes pessoais ou familiares de câncer de pele, fotodermatoses, tratamento cosmiátrico, maior exposição à radiação solar no lazer ou trabalho), recomenda-se que produtos com níveis mais altos de FPS devem ser adotados.
-Protetores com FPS menores que 30 poderão ser indicados em situações e populações especiais como pacientes de pele étnica.
- A SBD recomenda o uso de filtros solares com proteção UVA, apresentando FP-UVA com no mínimo 1/3 do valor de FPS e comprimento de onda crítico igual ou maior que 370 nm. Verificar no rótulo frases como “Proteção UVA” ou “Proteção de amplo espectro”
- Produtos com resistência ou muita resistência à água devem ser utilizados em atividades ao ar livre e por banhistas
- A forma correta de uso também é fundamental. A primeira aplicação do produto deve ser feita com no mínimo 15 minutos antes da exposição, de preferência sem roupa ou com a menor quantidade possível. Duas formas de aplicação foram recomendadas: aplicação em duas camadas ou a utilização da regra da colher de chá.
- Os protetores solares devem ser reaplicados a cada 2 horas ou após longos
períodos de imersão.
Informe
ENSP:
Em relação aos trabalhadores que exercem suas funções expostos ao sol, como
devem se proteger e quais cuidados devem tomar?
Maria
das Graças Mota Melo: (1) Usar protetor solar de modo
adequado, diariamente. Sugiro que sejam adotadas as mesmas recomendações da SBD
para proteção solar no esporte (FPS, se possível acima de 50 e proteção UVA
balanceada e proporcional); (2) Além do protetor solar, fazem parte da
proteção chapéus de abas largas, camisas de mangas compridas, calças e óculos
escuros; (3) Procurar lugares com sombra sempre que possível; (4) Se possível,
evitar trabalhar exposto ao sol sem proteção adequada, principalmente nos
horários mais quentes do dia (entre 10h e 16h); (5) Evitar exposição ao sol
quando não estiver trabalhando; (6) Procurar um serviço de dermatologia ao
encontrar alterações suspeitas na pele.
Informe
ENSP:
Comente o trabalho realizado pelo Serviço de Dermatologia do Centro de Estudos
da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ ENSP).
Maria
das Graças Mota Melo: Além dos cuidados no exame dermatológico dos
pacientes atendidos na rotina do Serviço e das orientações fornecidas sobre
fotoproteção, conforme cada caso, em 29/11/2013 foram desenvolvidas no Cesteh
atividades de sensibilização sobre prevenção contra câncer de pele. Apresentei
palestra sobre o tema para os pacientes agendados para consulta médica, nas
várias especialidades existentes no Serviço. Além disso, os funcionários da
setor de acolhimento do Cesteh desenvolveram atividades como demonstração de
produtos para fotoproteção mecânica (chapéus, roupas, óculos de sol), cartazes
com técnica de exame da pele, endereços de locais de atendimento na Campanha de
Prevenção do Câncer de Pele, que ocorreria no dia seguinte (30/11/2013). Foram
distribuídos folders sobre proteção solar e sobre proteção para trabalhadores
expostos ao sol.
Leia mais.
Fonte: http://portal.fiocruz.br/
Acesso em 03/02/2014, divulgação em 30/01/2014


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